sexta-feira, 12 de março de 2010

LIÇÃO 11 E.B.D

TEXTO ÁUREO - II Cor 11:2

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: II Cor 10:12-16; 11:2-3, 4-5
cooperador emerson luiz de oliveira
e.mail: emersonluiz1969@bol.com.br

I - INTRODUÇÃO:

A liderança exige seguidores de confiança. A fé, no bom juízo e visão do cabeça de uma organização, durará somente enquanto o líder estiver dando à seus seguidores razões para nele confiar. A confiança tem suas raízes no caráter. É por isso que o caráter é central na liderança efetiva e autêntica. Os líderes autênticos que apresentam os mais nobres traços de caráter não precisam se manter no poder por força bruta ou engano.
II - TRAÇOS DO CARÁTER NO QUE DIZ RESPEITO A UM LÍDER AUTÊNTICO:

Inicialmente, vejamos os significados das palavras CARÁTER e COMPORTAMENTO:
CARÁTER = DISTINTIVO; MARCA. Às vezes, é entendido como a própria personalidade, o conjunto das qualidades (boas ou más) de um indivíduo. Vejamos no caso do cristão (I Pe 2:11-17 cf Mt 5:16).
COMPORTAMENTO - É o conjunto de ações que identifica o homem com a vontade de Deus e o faz ser reconhecido como uma pessoa que traz benefícios ao seu próximo (I Cor 10:31-33; Cl 3:12-17).
Posto isto, meditemos em algumas das características de um autêntico líder:
(1) - SANTIDADE:

Lv 11.44; 19.2 - O alicerce da santidade do líder está no caráter do Deus que ele está representando. Se a descrição “homem de Deus” falha em representar a pessoa em comando, a organização cristã que ele lidera se sentirá mais livre para andar nas trevas.
Is 6:1-5 - É improvável que Isaías usara uma linguagem mais violenta, impura ou blasfema do que seus contemporâneos. Porém, um sentimento de culpa tomou conta dele no ambiente santo que enchera o templo. Deus preparou Isaías para liderar, fazendo-o completamente miserável diante de sua natureza pecaminosa.
I Pe 2:12 - A santidade, do ponto de vista humano, coincide com boa reputação. A importância da boa reputação de um líder é algo de conhecimento geral. Confiança é algo tão crucial, especialmente na liderança, que uma reputação manchada criará sérios problemas. Os apóstolos alistaram uma boa reputação como a primeira exigência para aqueles que haveriam de ocupar a função de liderança - At 6.3 cf I Tm 3:2; Tt 1:6 cf At 20.17-35.
O líder autêntico precisa ser sensível ao pecado que outros possivelmente consideram aceitável, posto que o comportamento não apropriado para um líder torna a nova natureza dos filhos da luz em uma farsa (Ef 5.8).
(2) - CHEIO DO ESPÍRITO SANTO:

At 6:3 - Este foi o segundo traço de caráter que os apóstolos solicitaram dos líderes que cuidavam da distribuição diária.
Há alguma controvérsia com relação ao significado dessa frase: “Cheio do Espírito Santo”. Mas é razoavelmente claro que significa três coisas:
(A) - O LÍDER TORNOU-SE CORAJOSO E VALENTE - At 2 cf 4:8, 31; 7:54-60 - Liderança e um “espírito de medo” não se casam; timidez em um líder não é um sinal saudável - II Tm 1.7.
(B) - O LÍDER TORNOU-SE ZELOSO E COM PODER EVANGELÍSTICO - At 8:6-7 - Filipe proclamava o nome Cristo com unção; demônios eram expulsos e milagres de curas eram realizados.
Atualmente, não precisamos exigir dos líderes que realizem milagres, mas que tenham zelo por Deus, que é evidência clara da presença do Espírito.
(C) - O LÍDER NÃO ESTÁ SOZINHO; TEM UM “ASSISTENTE DIVINO” - At 8:26-31; 13:7-10 - Sem o Espírito, será que Filipe deixaria o ministério frutífero em Samaria e viajaria à Gaza para falar de Cristo a uma só pessoa?! Ou será que Paulo teria exercido a coragem e o entendimento de desafiar Elimas para que o procônsul cresse no Senhor? Permanece de importância máxima que o líder saiba a mente do Senhor, antes de tomar decisões que afetem sua vida e a de outras pessoas.
(3) - SABEDORIA:

At 6:1 - Os apóstolos reconheceram a importância de manter o amor mútuo e a unidade na Igreja. Consequentemente, eles formaram a base para um segundo nível de liderança: a “diaconia”. A sabedoria é a chave virtuosa entre as qualidades que os sete homens precisavam.
Sabedoria significa mais do que mera inteligência. Enquanto esta refere-se à habilidade de resolver problemas de forma correta pelo uso da razão e experiência, aquela refere-se à inteligência divina.
Isso explica a descrição de “sabedoria” que Tiago chama de terrena e natural - Tg 3.15 - que produz um “sentimento faccioso”, o qual normalmente cria “inveja amargurada”.
Tg 3.17 cf I Cor 1:19-25 - A sabedoria lá do alto, por outro lado,…
(1) - é “pura”, livre de contaminação facciosa;
(2) - produz paz, em vez de contenda e disputa;
(3) - é “gentil”, ou seja, preocupada com o sentimento dos outros;
(4) - é “razoável”, disposta a ceder e a negociar.
(5) - é “plena de misericórdia”, mostrando seu amor a outros.
(6) - “Bons frutos” caracterizam o resultado dessa sabedoria em ação.
Enfim, sabedoria significa prontidão e perseverança, além da ausência de hipocrisia. Onde a “sabedoria” é usada, ações generosas e boas serão certamente encontradas.
Um líder autêntico certamente demonstrará a sabedoria lá do alto, concedida pelo Espírito Santo de Deus àqueles que a buscam para si.
(4) - FÉ:

At 6:5 - A “fé” não é alistada entre as qualidades daqueles que cuidariam do fundo de distribuição das viúvas. Porém, Estêvão é descrito como um “homem cheio de fé”.
At 7 - A fé de Estêvão excedera na forma que interpretou a história da salvação de Israel. Cada evento é entendido à luz da intervenção e do soberano controle do Senhor sobre os eventos passados; ele pode ver a glória de Deus independentemente dos planos assassinos dos judeus. Ele também pode ver Jesus assentado à direita de Deus e ter certeza que derrotas na Terra são vitórias no Céu.
II Cor 1:8-9 - Paulo também não interpreta os eventos recentes em sua vida como marcas dos golpes vencedores do diabo. O apóstolo via a realidade pela lente da fé.
Hb 11:6 - Deus nunca pode agradar-se de um líder que exerce autoridade em Seu Reino que não seja um homem de fé.
(5) - AMOR:

Lc 9:23-24 - O “salvar a vida” por meio de “perdê-la” por Cristo e pelos necessitados não é mais algo popular, embora seja o ponto central daquilo que Jesus exige de Seus seguidores. O amor é mais importante no Novo Testamento do que os dons espirituais ou o conhecimento - I Cor 8:1; 13.
Uma liderança sem amor é como um corpo sem o coração: Morta e sem sentido; ela promove vaidade, em vez de maturidade cristã - II Cor 5.14.
(6) - SERVILISMO:

At 6:2 - Lembremos que para liberar os apóstolos para exercerem somente o trabalho espiritual, direcionou-se a busca por homens para “servirem às mesas”.
Um termo que Paulo usa constantemente para descrever sua própria função é “diácono” (servo). Em suas cartas, nenhum de seus companheiros é chamado de profeta, professor ou pastor, muito menos, ancião ou bispo.
I Cor 3.5, 9; 16:15-16; II Cor 6.1, 4 - As designações mais usadas são: “cooperador”, “irmão”, “servo” e “apóstolo”. Paulo usa diáconos (servos) em próxima relação à “obreiros” e “ministros”. Paulo usa o termo “ministro (servo)” para enfatizar essa atitude humilde (I Cor 4:1). Desta forma, os obreiros e os ministros são aqueles que tem se dedicado ao serviço dos santos.
Ef 4:11-12 - Os dons de apostolado, profecia, evangelista, pastor e mestre são distribuídos para a promoção e o treinamento de cristãos para o trabalho do ministério. Isso significa que nenhuma função na Igreja deve ser exercida sem um “espírito de serventia”.
Esse é o tipo de liderança que precisamos hoje mais do que nunca: Um líder-servidor!
III - CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Apc 2:5 - Os efésios perderam seu primeiro amor devido à liderança defeituosa;
Apc 3:1-3 - O estado moribundo da Igreja de Sardes foi a conseqüência da liderança pobre;
Apc 3:13-20 - A condição morna da Igreja de Laodicéia foi o efeito natural de líderes orgulhosos e auto-suficientes que contagiaram a Igreja com o vírus mortal do mundanismo
O caráter carnal da igreja de Corinto pode ser facilmente explicado pelo orgulho dos líderes da Igreja que substituíram Paulo, um servo humilde do Senhor. Seu exemplo e alertas foram insuficientes para implantar naquele lugar um espírito servil.
Assim, nenhuma virtude bíblica deve ser premiada mais em um líder autêntico do que a vida santa, a sabedoria com discernimento, a plenitude do Espírito, o amor e um senso de servilidade equilibrado. Deus usa homens com esses perfis. Igrejas e organizações que notam que essas qualidades estão em falta em seu meio, necessitam clamar ao Senhor por avivamento.

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